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Valores se ensinam com exemplos

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etica

- “Eduardo, essas duas balinhas são suas e essas outras duas são de seu irmão. Você as entrega a ele, por favor?”.

- “Mas mamãe, e se eu for ali e comer todas? Nem você e nem o Luca vão ficar sabendo”.

- “Você vai ficar sabendo, meu filho! E já basta. Sua própria consciência vai saber que você fez algo errado. E a força de nossa consciência é forte, meu bem. Não faça isso com você mesmo. Você certamente fará mais mal a você do que a seu irmão, comendo as balinhas dele”.

Então ele saiu caminhando, pensativo, olhando pras balinhas nas mãos e as entregou para o irmão. Um tanto contrariado, é verdade, mas as entregou em silêncio.

Um outro episódio parecido aconteceu dia desses no mercadinho ao lado de casa. Luca e Dudu correram até a geladeira e pegaram dois iogurtes. De repente, Eduardo me aparece impaciente ao lado do caixa, enquanto eu conversava com a dona do estabelecimento. Ele pediu que fôssemos logo, por que ele queria ir brincar com o irmão na calçada. Eu disse, rindo: “Ué, filho, vai. Ninguém está te segurando!“. E ele apontou pro iogurte em cima do caixa, sinalizando que primeiro a moça precisava registrá-lo. Confesso que nessa hora meu coração se encheu de alegria e orgulho.

Meu pequeno, de apenas cinco anos, me pediu um iogurte, eu disse que sim, ele pegou o potinho na geladeira do mercado e esperou que a moça o registrasse no caixa. Eu nunca precisei ensinar isso a ele. Nunca precisei dizer. Ele sempre me viu sendo a mais ética nesse sentido. Não estou dizendo que não tenho defeitos, não, de forma nenhuma. Tenho mil e um defeitos. Mas se tem uma virtude que eu reconheço de forma honrosa em mim é a minha transparência e ética em relação a coisas que não são minhas.

Eu não consigo dever a ninguém. Não consigo ficar com algo que, por exemplo, tenha achado perdido no meio da rua. Essa história de “achado não é roubado” não cola pra mim. Por certo muitos delitos podem ser cometidos e ninguém ficar sabendo, entretanto, nós mesmos sabemos. Nós temos de ser os maiores cobradores de nossos próprios atos. Nossa consciência, tão mãos de ferro, certamente nos pedirá relatórios de tudo o que fazemos. E eu prefiro ser justa comigo mesma. Prefiro colocar minha cabeça no travesseiro e dormir com um mínimo de tranquilidade.

E isso, meus caros, não se ensina a nossos filhos pelo blá blá blá. É claro que se necessário, precisamos reforçar  até eles entenderem. Mas, eles aprenderão pelo exemplo, vendo as cenas dentro de casa. Os valores de ética, responsabilidade e justiça são passados nos exemplos em nosso lar, no cotidiano, com pai e mãe. Ou só com mãe, como no nosso caso :)

Isso não é ensinado na escola, nem nos livros, por mais que leiamos infinitas fábulas. De nada adianta ler mil histórias de boa moral pros filhos à noite, se de manhã não damos bom dia ao porteiro. Um adulto justo e com caráter nasce de uma família com comportamento ético. E com isso não se brinca.

*Imagem: Daqui

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